Quantidade de Espreitadelas

domingo, 5 de junho de 2011

O Amor não acontece. Constrói-se.

"(...) Estamos demasiado presos em preconceitos. Temos imenso medo da reacção do outro aos nossos desejos. Falar é das tarefas mais difícies dos humanos. Tão importante quanto difícil. Desde muito pequenos sentimos a necessidade de que os outros gostem de nós e nos amem. Para conseguir esse amor fazemos tudo. Se aqueles que gostam de nós valorizam a imagem, queremos ser os mais bonitos. Se valorizam a escola, queremos ser o melhor aluno. Se valorizam o futebol, queremos ser o melhor jogador. Esta é uma batalha que continuamos pelo resto da vida. Aprendemos também que os outros têm um conjunto de valores morais, sobre o que eles acham correcto e o que acham errado. Para lhes agradar, fazemos tudo para só fazer o que os outros acham correcto e esconder o que eles acham errado. Muitas vezes nem é o que eles acham correcto ou errado, mas o que nós pensamos que eles acham. Entramos em jogos de sedução que muitas vezes quase anulam a nossa personalidade. Vivemos em permanente ansiedade para fazer apenas o que os outros acham correcto.
Por vezes damos conta de que eles também cometem erros e ficamos completamente admirados. Vemos pessoas que se permitem fazer e dizer coisas, que se fossemos nós, parece que todos nos iriam criticar. E com todos estes medos, a vida vai passando à nossa frente sem que aproveitemos. Vivemos uma vida falsa, artificial, não a vida que desejávamos. E muitas vezes bastava apenas conhecer um pouco melhor o que os outros pensam. Qual é o desejo deles. E muitas vezes iríamos descobrir que é exactamente o mesmo que o nosso.
(...)
Há cem anos os cientistas do comportamento descobriram que é a falar que nos construímos como adultos. Percebo agora que é a falar que construímos o Amor."

Joaquim Quintino Aires
"O amor é uma carta fechada" - 2007

1 comentário:

  1. Não concordo. Há situações em que o amor acontece, basta um olhar e ó pra ele ali!

    ResponderEliminar

Se nada na nossa vida acontece por acaso... diga lá...

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.